O câncer de intestino — ou colorretal, na linguagem médica — está se tornando mais presente na população abaixo dos 50 anos, algo impensável há pouco tempo. Dados da rede Dasa, que refletem diagnósticos de todo o Brasil, mostram que o aumento de casos de pessoas nessa faixa etária foi, em média, de 8% ao ano entre 2018 e 2022, conforme seu levantamento mais recente. A positividade dos exames gerais para esse segmento também saltou de 1,7% dos exames totais para 2,8%.
Esses dados reafirmam uma tendência global de que a doença tem se alastrado de maneira gradual entre pessoas ainda jovens para o diagnóstico de câncer, dizem oncologistas ouvidos pelo GLOBO. Esse tipo de câncer, vale dizer, ainda ocorre em sua vasta maioria em pacientes que ultrapassam os 50 anos. Porém, o avanço entre os brasileiros com menos idade inspira preocupação e ressalta a necessidade de uma vida com maior controle de alimentação e ampla atividade física, aspectos que são importantes aliados para reduzir as chances de desenvolver tumores intestinais.
— Nos últimos anos, os pacientes jovens foram os que mais deixaram de fazer exames. As pessoas com mais de 50 anos têm consciência de que precisam fazer a colonoscopia. O médico delas também pensa assim. Já a pessoa que está abaixo dessa idade talvez não tenha essa consciência— assinala Gustavo Fernandes, médico e diretor da Dasa Oncologia sobre a gravidade de alguns casos detectados em pessoas jovens. — O crescimento de 8% não é pequeno, é algo relevante.
Fonte: O Globo