Nem todos os pacientes com o diagnóstico de câncer necessitam de quimioterapia. Existem muitos tipos de câncer e cada tipo tem as suas próprias características. Alguns tipos de câncer respondem melhor a quimioterapia do que outros tipos. Quanto mais cedo for o diagnóstico mais simples, menos caro e menos sofrido será o tratamento.
A maioria dos cânceres quando inicial necessitam apenas de cirurgia com margens cirúrgicas livres de comprometimento. Em outros casos mais avançados poderá necessitar de cirurgia e quimioterapia ou cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Em alguns casos de tumores muito grandes é necessário a quimioterapia para reduzir o volume e melhorar as condições cirúrgicas e garantir margens livres de comprometimento pelo tumor. Este tipo de quimioterapia é chamado de neoadjuvante, ou seja, pré-operatório. Quando o paciente recebe a quimioterapia após a cirurgia é chamada de adjuvante e quando não tem mais a finalidade curativa é chamada de paliativa.
O câncer também é tratado com hormonioterapia, que na maioria das vezes, trata-se de bloqueio hormonal usado tanto para mulheres como para homens também. Com o avanço das pesquisas foram descobertos outros recursos, como a imunoterapia.
Estamos na era da engenharia genética, já estamos usando anticorpos monoclonais, inibidores de enzima que sozinhos ou associados à quimioterapia têm melhorado a resposta terapêutica.
Antigamente achávamos que uma célula era formada por uma membrana citoplasmática cujo interior havia o líquido citoplasmático e várias organelas intracelulares com diversas funções. Depois foi descoberto que o líquido citoplasmático é um oceano com inúmeras substâncias que reagem em cadeia e são fundamentais para a divisão celular.
Uma vez encontrado uma dessas cascatas e foi possível inibir uma dessas enzimas ou substâncias, bloqueamos a divisão celular fazendo com que estas células não se reproduzam e morra de velhice.
Até o momento já foram descobertos várias destas substâncias que inibidas bloqueiam a multiplicação das células tumorais e isto já está sendo usado em todas as clínicas no Brasil. A tendência é cada vez mais melhorarmos a eficácia do tratamento do câncer, e aumentar o tempo de sobrevida, uma grande esperança para todos nós.
Luci Ishii
Médica Oncologista / CRM-DF 5531
Presidente do Conselho Deliberativo da ABAC Luz – Associação Brasiliense de Apoio ao Paciente com Câncer.